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Possíveis sequelas
Independentemente de ser uma forma mais branda ou mais grave, a Covid-19 pode ter consequências a curto, médio e longo prazo no nosso organismo.
Esses efeitos também podem ser mais leves ou mais sérios, desde uma simples perda de olfato e paladar até complicações neurológicas, cardiovasculares e renais.
Se você já teve Covid ou conhece alguém, provavelmente vai reconhecer algumas das sequelas que serão faladas aqui, no entanto, é fundamental buscar acompanhamento médico a fim de evitar piorar o quadro.
Nesse artigo, vamos mostrar desde os efeitos a curto prazo quanto aqueles que persistem por muitos meses e como os pacientes estão lidando com tudo isso, os tratamentos...
As sequelas temporárias ou reversíveis da Covid-19 são também chamadas de síndrome pós-Covid, e praticamente metade dos pacientes apresentam pelo menos um dos sintomas abaixo quatro semanas depois do início da doença:
E esses sintomas valem tanto para a forma mais leve quanto para a mais grave.
Muitas pesquisas ainda estão sendo feitas, afinal, é um vírus desconhecido, para identificar os sintomas que permanecem e suas causas.
Segundo a HAS (Haute Autonomie de Santé) que é o Departamento de saúde pública na França, “o estado de saúde melhora progressivamente, geralmente em alguns meses, em razão de um tratamento personalizado, podendo incluir tratamento dos sintomas, repouso e uma readaptação respiratória”.
As sequelas a longo prazo são mais observadas em homens e mulheres que desenvolveram a forma grave da doença. E essas sequelas não se referem apenas aos pulmões, mas a praticamente todos os órgãos.
Isso porque o novo coronavírus é um ataque viral, ou seja, um ataque direto do vírus, que pode afetar o cérebro, coração, pulmões, etc.
Veja, a seguir, em detalhes, todas essas sequelas:
Pulmonares
Pesquisadores do hospital universitário George Washington, nos EUA, identificaram os danos a longo prazo do coronavírus nos pulmões.
Quando essa inflamação reduz, ela deixa cicatrizes nos pulmões, o que pode deteriorar as capacidades do paciente de respirar futuramente.
Segundo os médicos, o pulmão cicatriza sob a forma de fibrose e há a perda da atividade de oxigenação do sangue, uma vez que o papel de troca de gases não é possível.
No entanto, os tratamentos utilizados durante a internação, como a ventilação artificial, podem também provocar sequelas.
Em um estudo publicado na revista científica americana Jama Cardiology revela que as infecções virais podem provocar síndromes coronarianas agudas, arritmias e insuficiências cardíacas.
Além dessas sequelas, inflamação do miocárdio e infarto.
Agora, o risco é muito maior em pacientes com antecedentes cardiovasculares, pois pode piorar as doenças cardiovasculares existentes.
Outros estudos alertam aos riscos associados ao uso de medicamentos à base de cloroquina e hidroxicloroquina, suscetíveis de causar problemas no ritmo cardíaco.
Há também o risco dos medicamentos vasoconstritores, utilizado para manter a pressão arterial, como a noradrenalina, podendo causar necroses nos dedos dos pés, das mãos, braços, com um risco de amputação.
A forma mais grave de trombose é a embolia pulmonar, com consequências devastadoras. Por isso a necessidade de um acompanhamento de perto dos casos de tromboses venosas profundas.
A infecção do novo coronavírus também pode atingir os rins, e mesmo que uma doença renal crônica seja um fator de risco para a Covid-19, mais de 20% dos pacientes desenvolvem uma insuficiência renal.
Lembrando também que alguns medicamentos podem ter efeitos nefastos nos rins, como uma toxicidade renal.
As manifestações neurológicas são as que mais preocupam os profissionais de saúde. A perda de olfato e paladar poderia ser um sinal de um ataque ao cérebro, e outros sintomas foram observados em pacientes infectados:
No entanto, ainda não se sabe se esses problemas serão permanentes, mas segundo um estudo publicado na revista Seizure European Journal of Epilepsy, um terço dos pacientes apresentarão anomalias no cérebro, com efeitos a longo prazo.
Resultados de eletroencefalogramas indicam que essas anomalias estão implicadas na coordenação motora e linguagem.
Um estudo publicado na revista The Lancet revelou que 65% dos pacientes em cuidados intensivos apresentaram uma confusão, 69% uma agitação, e 21% uma consciência alterada.
Não podemos negligenciar as sequelas psicológicas. Além da ansiedade associada à pandemia e ao distanciamento social, a Covid-19 pode acarretar problemas mentais em pessoas que foram reanimadas.
Um estudo publicado na revista The Lancet Psychiatry mostra que 20% das pessoas diagnosticadas com Covid apresentam problemas psiquiátricos nos três meses seguintes à sua infecção.
Entre os problemas mais frequentes estão: ansiedade, insônia e demência.
Um outro estudo publicado na mesma revista, e com uma amplitude muito maior, pois avaliou 230 mil pacientes, mostra que um paciente em três apresentou um diagnóstico de problemas psiquiátricos ou neurológicos seis meses após a infecção
Entre os problemas psiquiátricos, a ansiedade e os transtornos de humor são os mais frequentes.
Já em relação aos neurológicos, 0,6% dos pacientes sofreram hemorragias cerebrais, 2,1% AVC, 0,11% Parkinson e 0,7%, demência.
Esses riscos são mais elevados em pessoas que desenvolvem a forma grave da doença, mas não estão limitados a essas pessoas.
O médico Jonathan Rogers, da Universidade de Londres, afirma que “infelizmente, um bom número dos problemas identificados nesse estudo têm uma tendência a serem crônicos ou recorrentes, e podemos antecipar que o impacto da Covid-19 poderá perdurar durante muitos anos”.
Uma outra sequela foi observada na Índia, país fortemente atingido pela Covid-19, e originária de uma variante. Após alguns meses, certos pacientes são vítimas de uma infecção causada por um fungo, e embora rara, essa doença é mais perigosa. Apresenta uma taxa de mortalidade superior a 50% em pessoas imunodepressoras e diabéticas. O “cogumelo negro” ataca a visão e os pulmões. Sem tratamento, pode levar à perda de visão.
Realmente, retornar à vida normal tem sido uma batalha difícil, onde algumas pessoas mal têm fôlego para subir um lance de escada.
O problema é que em razão da saúde frágil, muitas nem conseguiram voltar ao trabalho e aquelas que retornaram, afirmam que estão trabalhando bem menos horas. E a maioria relata um estresse psicológico, mas infelizmente não são todos que buscam ajuda de um profissional de saúde mental.
Em função das sequelas da infecção, dependendo da gravidade, os pacientes vão precisar fazer uma readaptação mais longa.
Por exemplo, em caso de sequelas pulmonares, talvez será necessário uma fisioterapia direcionada para fortalecer a capacidade pulmonar, e outros irão precisar de uma reeducação neurológica em caso de lesões cerebrais.
A maioria dos profissionais que lidam diretamente com a Covid-19 recomendam a prática de alguma atividade física e o acompanhamento de perto da evolução dos sintomas.
Para isso, será necessário que o paciente conte com uma equipe multidisciplinar: pneumologistas, neurologistas, cardiologistas, psiquiatras, psicólogos e fisioterapeutas, já que as sequelas possíveis da Covid podem afetar vários órgãos.
Infelizmente, as sequelas da Covid-19 podem persistir além do esperado, especialmente nos casos graves da doença.
Independentemente de ser a forma leve ou mais grave, pode ter efeitos a curto, médio e longo prazo, sendo necessário um acompanhamento de perto.
É fundamental que o paciente seja assistido por uma equipe multidisciplinar, uma vez que a infecção pode atingir vários órgãos do organismo, e obter o tratamento adequado é o que garante minimizar esses efeitos e evitar complicações.
Portanto, se você se viu em alguma das situações descritas aqui ou conhece alguém, busque ajuda profissional o quanto antes!
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